Estilo-Black Metal


Definir o que exatamente se conhece por black metal é extremamente difícil, uma vez que as bandas são categorizadas sob esse nome a partir da temática de suas letras, não de sua música (embora isso esteja em vias de se modificar um pouco). Sem dúvida, quem deu início ao gênero foi o Venom, quando, em 1982, lançou seu clássico álbum "Black Metal". A partir de então, muitas bandas com o mesmo tipo de proposta lírica (ou seja, satanista) se formaram. Assim, convencionou-se que qualquer banda de heavy metal que lançasse mão de temáticas satânicas em suas letras seria uma banda de black metal. É por isso que o estilo abrange tamanha variedade de grupos que, musicalmente, nada têm em comum. Por exemplo: sem levar em conta as letras, o próprio Venom é um grupo thrash; já o Deicide faz death metal. Ambos, porém, enquadram-se sob o rótulo black metal. No início dos anos 80, o Venom foi o grande nome do estilo, mas haviam outros, como o Bathory e o Hellhammer. O underground europeu era o lugar onde proliferavam grupos black, na mais violenta cena metálica já surgida. Nomes como Mayhem, Rotting Christ e Tormentor, dentre muitos outros obscuros viviam naqueles subterrâneos. Com a decadência do Venom a partir da metade da década de 80, o fim do Hellhammer e a migração do Bathory para outras propostas musicais, o black ficou relegado ao underground, sem nunca, contudo, ter morrido. Aí, por volta de 92/93, o estilo ressurgiu. Contribuíram muito para isso os países escandinavos, que se mostrou um terreno fértil para o surgimento de bandas - e polêmicas. Em especial na Noruega, o pessoal envolvido com o black metal formava um grupo fechado e extremamente radical. Nessa época, tal grupo iniciou uma série de ações terroristas, dentre elas a queima de igrejas. Isso chamou a atenção da mídia musical mundial, e logo foi despertada a curiosidade acerca da manifestação ocorreu em 1994, quando Varg Vikernes, da banda norueguesa Burzum, assassinou Euronymous, uma espécie de herói do black e membro do Mayhem. Tornou-se impossível, então, conter a explosão do estilo, que ainda hoje pode ser sentida. Entretanto, a temática já não é mais simplesmente satânica. Tornou-se comum tratar da mitologia do país do qual o grupo é oriundo (na Noruega, por exemplo, as bandas falam dos vikings; na Inglaterra, das tradições celtas etc.) e da natureza - também existem bandas com ideologia nazista. A disparidade musical, contudo, continua, com conjuntos melódicos, outros ríspidos, outros trabalhados, outros toscos, outros com influências hardcore, outros com influências clássicas etc. Bandas do estilo, fora as citadas: Beherit, Impaled Nazarene, Mortuary Drape, Immortal, Darkthrone, Satyricon, Necromantia, Emperor, Cradle Of Filth, Absu, Dark Funeral, Marduk, Dimmu Borgir, Falkenbach, Nastrond, Graveland, Kohort, Acheron, Enslaved, Pazuzu, Vondur e muitas outras (o estilo se encontra atualmente superlotado, em virtude do bom momento que atravessa).