Estilo-Hardcore
Enquanto estilo musical, em tese o hardcore não especifica
um gênero em especial. A palavra hardcore é usada para
definir algo extremo, que chega aos limites de suas próprias
características. Por exemplo: um filme pornográfico hardcore
é aquele que traz as cenas mais ousadas, mais obscenas, mais
fortes. Assim, por esse raciocínio, hardcore poderia ser
qualquer banda de qualquer estilo, já que uma banda death
metal hardcore seria aquela mais pesada, mais rápida, mais
inacessível aos não-iniciados no gênero. Contudo, na história
do rock, convencionou-se chamar de hardcore os grupos que
executam um som similar ao das bandas da segunda geração
punk britânica. A segunda geração britânica de bandas punk
surgiu no final da década de 70 quando, com o fim dos Sex
Pistols, o punk foi dado como morto naquele país. Porém,
uma grande cena underground, que não contava com o apoio
e/ou cobertura da mídia (como os conjuntos da primeira
geração), interessada nas novas modas, mantinha o punk rock
vivo. Essa cena underground era formada pelas bandas que
viriam a ser as criadoras do hardcore, um punk rock mais
agressivo, mais tosco, mais direto, menos melódico e
infinitamente mais polêmico. Essas bandas foram
responsáveis também pela adoção de um visual pesadíssimo,
pois seus integrantes vestiam roupas rasgadas e/ou surradas
sobrepostas por peças de couro, correntes por todo lado,
inúmeros piercings, tatuagens e moicanos imensos. Os mais
importantes nomes da segunda geração punk britânica foram
o The Exploited, o GBH e o Discharge. Obviamente, cada
uma das três possuíam suas particularidades sonoras e líricas
(bem como as bandas da primeira geração), mas eram parte
de algo único, um movimento menor, mas mais autêntico e
que realmente estava de acordo com sua música: suja,
barulhenta, agressiva, ofensiva, mal tocada. Ou seja,
hardcore. Além das citadas, fizeram parte em menor escala
de importância (não de qualidade) da segunda geração punk
britânica: Dead Man’s Shadow, Vice Squad, Cockney
Rejects, Peter & The Test Tube Babies, The Lurkers, 999,
Angelic Upstairs, Varukers e outras. Mas o hardcore também
se fez presente em outras partes do mundo (e se faz até hoje).
Alguns nomes: Terveet Kädet, Rattus, Crass, M.O.B., D.R.I.,
Verbal Abuse, Suicidal Tendencies, Descents, Agnostic
Front, Cro-Mags, Murphy’s Law, Toxic Reasons, Chaos UK,
Skrewdriver, Electro Hippies, Circle Jerks, Extreme Noise
Terror, Disaster, S.O.B., Siege, Maniacs, Infernö, Larm, Riot
Squad, Crude SS, Anti-Cimex, Ratos de Porão, Kaaos, Doom
e inúmeros outros. Vale lembrar que alguns desses grupos
possuíam em meio ao seu material músicas praticamente
punks (afinal, foi dele que todas vieram) e outros já
começavam a fazer aquilo que pouco mais tarde se tornaria o
grindcore.